Heads Up com 10-15 Big Blinds nos Spin & Gos

Desta vez, vamos cobrir uma das situações mais difíceis e mal interpretadas do Spin & Go: o stack de 10-15 big blinds.

O Aumento Final

Ser capaz de colocar o aumento final é vantajoso, porque nos garante tanto a fold equity quanto a capacidade de realizar toda a nossa equidade vendo todas as cinco cartas comunitárias. É claro que colocar o aumento final é realmente apenas uma idéia efetiva quando esse aumento representa um investimento razoavelmente pequeno em comparação com o tamanho do pote. Ter que arriscar 20x o pote para obter a última palavra geralmente não vale a pena.

De volta ao artigo 2, construímos um jogo de mini-raise ou fold no BU com 25BB. A coisa mais favorável sobre esse tamanho de stack era que depois de aumentarmos para 2BB, não havia um tamanho de 3bet excessivamente eficaz para os jogadores nos blinds adotarem. Vimos que um all-in oferecia um risco baixo pela taxa de recompensa e nos permitia largar muitas mãos sem sermos explorados. Também vimos que a pequena 3-bet foi uma péssima idéia com qualquer mão que não fosse a melhor ou possível de desistir para uma 4-bet all-in. Em outras palavras, não havia maneira efetiva de nossos oponentes fazerem o aumento final. Como resultado, escolhemos o mini-raise como nossa única maneira de entrar no pote.

Heads Up sendo o BU

Agora para o tópico de hoje. Um jogador foi eliminado e nos encontramos heads-up no BU com 12-15BB. O problema com o mini-raise agora é que quando fazemos 2BB, o Vilão tem uma taxa de risco/benefício muito boa na forma de um shove. Ele pode colocar o aumento final a um custo razoável, arriscando apenas 4-5x o pote, forçando-nos a jogar sem fold equity ou desistir. Isso reduz drasticamente o número de mãos que podemos ir all-in com lucro. Se estivéssemos fazendo o aumento final, muito mais mãos se tornariam all-ins lucrativos. O aumento final de tamanho efetivo é um grande negócio e devemos planejar a relação stack/pote para ter certeza de que somos nós e não o vilão que terá esse luxo.

Digamos que o stack efetivo (o menor dos stacks dos dois jogadores) seja de 12BB. Aumentar para 2BB oferece ao Vilão um all-in muito eficaz e nós teríamos que apertar consideravelmente o nosso range de mini-raise além do ponto onde vale a pena construir um, para defender combinações suficientes.

O primeiro antídoto para esse problema é construir um range de limp. Nós não queremos ser forçados a empurrar ou desistir uma mão como QTo sendo que preferimos jogar um pote contra um range amplo. Se o Vilão aumentar pouco, nós podemos pagar. Se ele empurrar, podemos desistir com segurança, sabendo que o seu aumento final é muito grande para ser efetivo e que podemos largar freqüentemente contra ele sem exploração. É claro que escolheremos empurrar algumas mãos contra um pequeno aumento tanto por valor quanto por um blefe de equidade razoavelmente alta. Nós também podemos escolher fazer slowplay em pares muito grandes como QQ+ aqui dando limp e pagando, mas isso é menos verdadeiro para mãos vulneráveis como [88-JJ] que preferem negar equidade. Haverá também mãos que faremos limp e simplesmente desistiremos para um pequeno aumento e estes serão combos com algum pequeno mérito que não pode suportar um investimento maior pré-flop; Q3s e 87o é o que vêm à mente.

O segundo remédio para o problema de aumento final em stacks de 12BB é desenvolver um range de open-shove. Isto deve consistir em mãos que tenham uma equidade decente quando são pagas, mas detestem jogar flops e tentar chegar ao showdown em muitas texturas de bordo. Open-shove de A3s, A8o e 44 são bons por esse motivo. Nós também podemos escolher fazer open-shove com um grande número de ases como AJo-AKo. Estas mãos podem ser facilmente favoritas quando são pagas e podem ser vistas como mãos de valor menos favoráveis ao flop, que preferem ver sempre todas as cinco cartas quando investem dinheiro.
Aqui está a construção geral da nossa estratégia de BU com stack de 12BB:

Explorar

Falando de maneira exploradora, esta é uma das situações mais lucrativas do Spin & Go. Como já observamos, esses torneios estão cheios de jogadores mais fracos que não têm nada como uma estratégia de pré-flop refinada no BU. Você vai se deparar com jogadores que fazem limp apenas com as mãos que pretendem dar limp/fold. Você encontrará aqueles que abrem 3x do BU com 100% de mãos, permitindo a você o aumento final mais lucrativo imaginável. Você até encontrará jogadores que largam 60-70% de suas mãos como BU nesta situação.

O resultado é que não devemos supor que nossos oponentes estão jogando algo parecido com a estratégia que aprendemos neste artigo. Quando o torneio chegar no heads-up você já deve ter um perfil geral do oponente restante. Você será capaz de detectar um regular a um quilometro de distância. Assim que você vir o mini-raise frequente do BU com três jogadores e um jogo de all-in ou fold no SB enfrentando um aumento do BU, existe uma probabilidade muito alta de que o jogador seja pelo menos semi-competente. Por outro lado, se o Vilão tiver fazendo limp do BU com três jogadores no início do Spin & Go, aumentando 3-4x o BB, ou só pagando o aumento do BU estando no SB, há uma grande chance de ele vir a ser um jogador mais fraco passivo previsível – o tipo mais comum de recreativo por aí. Neste caso, você provavelmente pode seguir dando limp em 100% das mãos no BU sem punição.

Mantenha seus olhos abertos. Esses ranges são para seu próprio uso; seus oponentes provavelmente não os viram. Você vai ganhar mais vezes observando como seus oponentes se desviam acidentalmente do deles.

Conclusão

O Spin & Go requer muitas trocas entre diferentes marchas à medida que o stack efetivo muda em relação ao tamanho do big blind. Ser capaz de mudar sem esforço de modo para modo é o que separa um jogador forte de um jogador médio. Observe como seus oponentes não fazem esses ajustes e tentam aproveitar. Vamos terminar esta série olhando para um stack ainda mais curto no final do torneio.